Em Zamora, a 5 de Outubro do ano de 1143, os monarcas do território lusitano e leonês, segundo a vontade do Papa Celestino II (nomeado um mês antes), conciliaram-se e firmaram um tratado de paz que ficou conhecido como Tratado de Zamora. D. Guido de Vico estava ali como legado Papal.
Afonso Henriques passou a ser oficialmente reconhecido como primeiro Rei de Portugal, e D. Alfonso VII de Leão passou a não ver mais como terras leonesas a grande parte da antiga Lusitânia (que já deveria ter sido devolvida com a reconquista).
Dá-se aqui o início do cumprimento da visão em que Nosso Senhor, quando apareceu a D. Afonso Henriques em vésperas da batalha de Ourique, determinou a missão do Reino e deu indicações para o brasão português.
Afonso Henriques colocou-se a si e ao reino nas mãos da Santa Sé. Portugal desde o berço é vassalo da Santa Sé.
Portugal tem o nome de “Terras de Santa Maria”.
O Rei colocou também o reino sob protecção vitalícia da Mãe de Deus (naquele tempo mais designada por Santa Maria) e fez o seguinte voto: “Ordeno que eu, meu reino, minha gente, meus sucessores, fiquemos debaixo da tutela e protecção, defesa e amparo da bem-aventurada Virgem Maria de Claraval…” (o documento é posse do Mosteiro de Alcobaça).
Aquando da conquista de Santarém aos mouros, mandou edificar a igreja de Santa Maria de Alcobaça. Mas muitas outras igrejas e capelas dedicadas a Nossa Senhora foram erigidas ou dedicadas por sua iniciativa, tal como a Sé do Porto e a importantíssima Sé de Braga que tinha funcionado como centro de unificação lusitana lado a lado com o outro, o de Compostela.
Este nosso primeiro Rei teve uma vida de verdadeiro cavaleiro e não descuidava os fins legítimos bélicos, nem os da devoção. Foi terciário, e vestia ele e a Rainha esse hábito religioso. Teve fama de virtudes heróicas e tinha como apoio espiritual o primeiro santo de Portugal-reino: S. Teotónio, co-fundador do Mosteiro da Ordem de Santa Cruz em Coimbra que, após um ano do seu nascimento para a eternidade, foi elevado aos altares pela grande santidade e abundantes milagres.
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